sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Efeito Borboleta


Ansiosa, ouvi-te chegar.
Pelo olhar, soube logo que trazias uma grande surpresa.
A sorrir disseste: - Ela poisou no meu ombro!!! Confiou em mim!
Foi assim que, alegre e impressionado, me contaste a história da borboleta que preferiu o teu ombro desprotegido à rocha que lhe escondia o padrão, dando-lhe a segurança que um ser tão frágil procura.
O segredo que te contou, nunca soube, nem nunca perguntei. A tua alegria bastou-me, bastava-me.
Poisou em ti, num eterno instante, o suficiente, e partiu.
Bateu as asas. Viste-a ir. Foi bonito! De relance, agradeceste-lhe o momento perfeito.
Pensa agora…
Se ela não existisse?
Se não tivesse poisado em ti? Ou se nunca mais te tivesse largado?

(texto retirado do blog O meu carrossel)
Este é o meu fascínio pelas borboletas. Seres frágeis e desprotegidos que procuram um lugar habitado que seja o seu ombro, a sua protecção. Quando se sentem bem e seguras permanecem eternamente naquele local. E não te largam mais, oferecendo toda a magia trazida num arco-íris. Contudo, quando sentem que aquele lugar não lhes pertence batem as asas com doce melodia. Na recordação, só fica aquele doce momento sobre os teus ombros.

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