"Alguns autores, por exemplo Suzanne Langer (1969), empenharam-se em demonstrar que existe um paralelismo entre as propriedades acústicas da música e as propriedades da chamada ‘vida interior’ (física e mental), e defendem o seu carácter essencialmente emocional. Deryck Cooke é um dos autores que mais investiu na análise e na afirmação de que existem “correspondências naturais entre os efeitos emocionais de certas notas da escala e as suas posições nas [...] séries harmónicas”, sublinhando, designadamente, aspectos como a força da quinta ou o prazer da terceira maior (1989: 25) e argumentando que, na música de base tonal, todos os compositores utilizaram frases melódicas, harmonias e ritmos muito similares para exprimir ou evocar as mesmas emoções. Segundo Cooke, a música caracteriza- se fundamentalmente pela capacidade de evocar ou exprimir emoções, e, para além disso, a música constitui uma linguagem no específico sentido de que pode identificar-se um idioma e compilar-se uma lista de significados. Embora reconheça que um dicionário completo da linguagem musical seja dificilmente construível, Cooke fornece por assim dizer um phrase-book da música ocidental de base tonal." (by Luís Melo Campos)
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