Recém chegada e com medo do caminho que seguira, ela chega de malas feitas ao mundo que escolhera. Com lágrimas de saudade, cada peça de roupa era retirada de dentro da mala. Cada rua era sentida como um novo chão que nunca fora pisado. Passaram-se dias e os seus olhos ainda continuavam no infinito deixado para trás. Com o acomodar dos meses, o seu medo dissipou-se e as lágrimas converteram-se em alegria... dentro do mundo escolhido, uma multidão de sorrisos encontraram-na. Entre eles, um cruzar de olhares, de nada significante, deixou a sua marca... desaparecendo da mesma forma que surgiu. O tempo passou... acontecimentos, histórias, sorrisos, lágrimas, luzes, sons, vozes, tornaram-se em segundos contemplados de uma euforia constante... No final de mais um capítulo, no momento de refazer as malas, os sentimentos perdidos algures no recanto mais irreal, fizeram com que ela fosse confrontada novamente com a mesma sombra, surgida da noite e formada pela luz da lua... a mesma sombra desfeita com o raiar do sol e arrastada pelas ondas do mar, deixando apenas um sorriso, um adeus...
Hoje ela mantém-se distante no seu mundo, no enigma da incerteza onde, no cruzamento da vida, um novo caminho deve ser seguido... permanecendo a incerteza se as malas devem ser refeitas e seguir ou permanecerem desfeitas...
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