quarta-feira, 14 de abril de 2010

Gatafunhos de Histórias Inventadas - III

...até ao fim...
...o sol brilhava entre as nuvens.... com ele raios beijavam um olhar perdido no céu, repleto de cores e de seres esvoaçando ao ritmo do pulsar do sangue. Tudo parecia mágico e, ao mesmo tempo, tão irreal como a própria realidade que se vivia. Lá em cima, o vento sentia-se de uma forma muito mais sombria e esperançosa. Os ventos esvoaçavam sobre a paisagem que ressuscitava ao longo do cair das águas. O som do cair traduzia-se no respingar das gotas que fugiam daquele rio... Sobre o penhasco, bem lá no alto, o som reflectia-se no vento forte que soprava do norte em direcção à brisa quente do sul, sustendo vozes de gentes perdidas noutro tempo longínquo... de seres que correm ao seu sabor... que percorrem no sentido e ao longo dos braços abertos em direcção ao céu azul... como uma dança de magia... de cores... de fadas... e de querubins... círculos à sua volta se formavam. Um tom... outro tom... uma voz... uma sílaba... uma música que nascia com cada zumbido... Tudo se perdia... tudo se formava... a respiração começava a ganhar ritmo.. imagens permaneciam... imagens ficavam... imagens voavam... uma última inspiração... uma lágrima que cai sobre o rosto... um passo em frente.. o poder de voar... e mais uma voz se levantou seguindo o vento do norte... e mais uma gota escorregou pela água daquele rio... um último rezar em queda... um último suspiro. o mesmo que nunca mais voltará... que nunca mais será... mas que é do vento... do nada... caminhando contigo, até ao fim...

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