terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Devaneios XXIX - Um texto um bocado confuso...

às vezes sinto-me extremamente patética. inconstante como o vento que tanto se recusa a vergar uma árvore para a direita como a seguir a empurra no mesmo sentido até quebrar... e é este ser inconstante que me desarma em cada pensar. em cada acto. em cada palavra proferida sem sentido. o mesmo não sentido que soletro neste momento, porque simplesmente não tenho nada para dizer, mas preciso tanto de falar. falar para mim. para o espelho. para ti. para nós. para eles. para alguém... invisível ou real, não interessa. para alguém e só isso. para alguém que saiba e tenha o dom de ouvir... de venerar imagens contidas em palavras... de relembrar sonhos perdidos no nada... e no nada assim permaneço. entre ruelas perdidas de uma areia movediça que teima em engolir cada pé nela enterrado. sentir o sufocar do ar que há muito deixou de ser puro e se transformou incontante. e mais uma vez a palavra aparece. inconstante. inconstante. assim sou eu. um ser insatisfeito com a satisfação de um viver. isolado, perdido e, ao mesmo tempo, achado perante a multidão. mas mesmo inconstante, perdido, desolado, este ser tem sempre o seu porto de abrigo. aquele que o deixa brilhar em cada momento, segundo, hora, dia, noite. o mesmo abrigo que torna este ser ameno em dias de chuva, vento, tempestade ou de simples nevoeiro. que o abriga em seus braços. que o deixa sentir. que o deixa viver. que o deixa ser feliz. que o deixa ser unicamente um ser que é, sem qualquer deslumbramento. e o deixa ser. ser. ser. que o deixa brilhar mesmo não sendo estrela. que está em todo e qualquer momento lá. no bem. no mal. em dias de alegria. em dias rabujentos. simplesmente: está lá.

5 comentários: