sexta-feira, 24 de abril de 2009

Devaneios VI - Meros mortais...

Espero… Fecho os olhos e sinto a brisa a bater-me na face. Ao meu lado, um raio de sol abraça-me entre penumbras e poeiras de uma cidade ruidosa… pessoas seguem-me e outras vêm ao meu encontro… apressadas e sem nexo. Questiono-me o porquê de tanta pressa… será pressa de chegar… será pressa de fugir… não sei. Mas muitas caras, dependentes de uma monotonia descontrolada… de uma vida que passa e não se dá conta, aproximam-se. Reconheço-as passo a passo… os mesmos sorrisos, as mesmas gargalhadas, as mesmas caras sisudas, a mesma rotina… olhando para elas consigo aperceber-me da presença de amarras que tendem a sugá-los por profundezas de uma escuridão cinzenta, onde corpos anseiam em soltar-se e gritar ao mundo… contudo, é nos seus olhares que encontro uma luz de um branco cintilante… sim, essa luz que vislumbra os meros mortais e os torna em seres apaixonantes… seres que sentem, sonham, procuram e sobretudo vivem em prol da conquista e realização de um sonho… pelo encontro do seu caminho… (by anita)

2 comentários:

  1. Esta semana conheci uma miniatura de pessoa, uma criança, claro está, pequena no tamanho mas de um sorriso acolhedor e com uns olhos que iluminaram toda a nossa viagem de comboio. Eu dirigia-me para o trabalho , ela para o hospital, quando era ainda bem cedo, cedo no relógio que marca o dia-a-dia e cedo numa pequena vida que ainda à pouco se tinha iniciado mas já com sofrimento.
    Esta menina de sorriso aberto e olhar desperto marcou o meu dia... Falamos de borboletas pois a menina não podia andar e fiquei a saber que onde ela vive existem muitas, de todos os tamanhos e cores. Então a sorrir eu disse-lhe que logo, logo, ela estaria a correr atrás delas e para ela não se esquecer disso dei-lhe uma das borboletas que teço com linhas e muito carinho e ela colocou-a no casaco e partiu rumo ao hospital...mas sempre a sorrir.

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  2. é tão bom quando podemos dar esperança a um ser que está a criar coragem para soltar as asas e voar sem medo... a chegar à mais bela flor e beijá-la sem receio... a dar-lhe o sorriso de ser uma borboleta... (mesmo que a vida desta seja efémera) =)

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