domingo, 28 de março de 2010

Gatafunhos de Histórias Inventadas - II

Quando a chuva parou...
...quando a chuva parou a paisagem rejubilou em mil cores de um arco-íris sem fim... o mesmo que brotou um toque de alegria numa face serena, perdida num tempo, num horizonte sem fim. Como desenho que iniciou a sua construção, esboço o sorriso que é só teu... o mesmo que se perde no meu. Desenho-o em carvão, sem traços certos, com sombras que se recolhem sobre a luz da lua que te ilumina. Risco... risco... cada traço segundo o seu tempo, segundo o seu verdadeiro ser... o papel que serve de base à minha arte, torna-se pele de um ser que se vai tornando cada vez mais real... e as formas começam a suceder-se... deixo o carvão porque o esboço já está feito. A base de tudo está ali. E só ali, fica gravada para todo o sempre. Daquele papel nunca irá sair, jamais. Agora... basta dar um pouco de cor, para que não se estrague com o tempo, com a chuva que ainda pode vir. E essa cor eu te dei.. fechei-te num quadro de aguarela... conjuguei cores em formas de aroma. E perdida nesse aroma me mantive... sem sentido talvez... mas resignando-me a ele, como se fosse parte de mim.. de outro ser... que sem cor, feito também de carvão, rejubilou nos traços só teus. E de carvão preto, sujo, triste e ressentido, convertemo-nos num arco-íris de cores para lá do tempo, do sonho, do irreal... E hoje... hoje sim a chuva parou...

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